quarta-feira, 16 de julho de 2008

Impressiona a ingenuidade e pureza de quando éramos crianças. A melhor forma de guardar lembranças e sensações dessa época é escrevendo, podendo assim se expressar, colocando no papel todos os sentimentos. E foi o que eu fiz.
Impressiona mais ainda é ler tudo isso depois de alguns anos... e perceber que a vida era mais simples, sem tantas responsabilidades, dizendo "eu te amo" para aquele colega de classe ( aquele, que hoje está entre seus melhores amigos), sendo que nem sabia o que era amar. Ao que tudo indica, ainda nao sei. Conheço aquele amor que sentimos pela mãe, pai, irmão, amigos...o afetivo. Mas não aquele amor carnal, monogâmio, aquele que nós nao sabemos explicar, mas sentimos. Talvez até hoje o tenha confundido com paixão. Amor, paixão, as duas coisas, não sei.
Confesso que oportunidade para amar nunca me faltaram. O problema era corresponder a esse amor, da maneira mais fiel e em perfeita sintonia.
Aos 11, 12 anos, achávamos que o que fazíamos ou pensávamos estava sempre certo. Mas o tempo passa, e aquilo tudo nao passava de bobeira da sua cabeça, que vc achava que sentia com o coração, no âmago do seu ser, no fundo da alma... aquilo deixa de ter importância, e passamos a objetivar outras coisas, sonhar outros sonhos...
Mas por detrás daquelas palavras simples, escritas em letras arredondadas, quase gordas, com canetas coloridas... é que encontramos o nosso verdadeiro "eu". Ahh cmo sabíamos lidar com os acontecimentos da vida, com as peças que ela nos prega! As coisas que escrevia antes, agora se encaixam com as minhas ações atuais, me tornaram qm sou hoje, como se fossem pecinhas de lego, a muito tempo separadas uma das outras, em caixas diferenciadas... a junção delas é que nos torna completos.
Hoje, agradeço à aquela menina que se gabava por ir bem na escola, tinha amigas mas as vezes se irritava cm elas e já era uma destruidora de corações (quanta pretensão!). Tem coisa nessa vida que nao muda: se encaixa, se recicla,se molda.
E talvez, hoje, no auge do "melhor ano da minha vida", vivendo coisas novas, tenha aprendido a amar, sim. Amar as minhas pecinhas de lego.

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