domingo, 11 de julho de 2010

Ao vivo, na sua frente, as palavras parecem sair da minha boca atropeladas. Tenho medo de não ser verdadeira enquanto falo, tenho medo de más interpretações e tenho medo de falar o que realmente sinto.
Escrever pra mim sempre foi mais fácil: sei muito mais escrever o que eu sinto do que falar o que sinto. Parece bobeira, mas escrever soa melhor e mais claro. Eu converso através do papel e caneta. Escrevo sem parar para respirar, assim como alguns não param enquanto falam. Na hora de falar, eu travo.
Enquanto você tem o dom da oratória e me diz palavras belas através de sua voz forte, eu hesito pra falar, me atrapalho e me dá branco. Preciso encontrar um papel e segurar uma caneta para vomitar aqui as palavras que não consigo expressar através da fala.
Desde criança as minhas percepções de mundo sempre foram através da escrita. Ainda guardo cadernos, diários e blocos de folhas devidamente preenchidos por uma letra arredondada, escrita com canetas coloridas.
Penso que essas nossas características opostas se complementam. Você fala, eu ouço, eu escrevo, você lê. Quem dera fosse assim tão fácil! Evitaríamos discussões desnecessárias dessa fase difícil que é a adaptação: mudanças requerem paciência e compreensão. Mas não é na dificuldade que as pessoas amadurecem? A vida seria muito mais fácil se todos os dias fossem sábado, se todo feriado tivesse JUCA e a Copa do Mundo ocorresse todo ano. Porém, ao invés disso temos domingos e segundas. Feriados ocupados por trabalho e estudo. E Copa do mundo a cada 4 (!) anos. MAs a vida não é menos sem graça por causa disso. Não é menos sem graça porque sinto saudades mas sei que posso falar com você, posso te encontrar e isso me deixa aliviada. Não é menos sem graça porque tenho você. Não é menos sem graça pois você preenche os meus dias com alegria!